"Todos os meus versos são um apaixonado desejo de ver claro mesmo nos labirintos da noite."
Eugénio de Andrade

domingo, 30 de outubro de 2011

E tu não vieste

Duas badaladas
Ressoaram pungentes
Na torre da igreja

Desviou-se a nuvem
Que escondia a lua
Incendiando
Contra o fundo escuro
Um gongo de prata

No meu peito
Um pássaro triste
Espanejou as asas
Abrindo a ferida
Que o teu adeus
Nele havia macerado

Esperei-te.
Esperei-te.
Esperei-te.
E tu não vieste,
Meu amor.

6 comentários:

  1. Gostei!Tal como o bom perfume que vem em frascos pequenos...
    IsabelS

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  2. Habemos escritora!...mais um belo poema, apesar de o 1º ser o meu preferido,gostei mesmo muito.Fico à espera de novos contactos poéticos. Beijo ISA

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  3. Obrigada, Isa!Espero também pelos teus.

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  4. A comparação do poema a um perfume que vem em frascos pequenos, agradou-me muito! E é também uma comparação poética. Obrigada.

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  5. Mais uma pequena delícia!...Ainda bem que pertenço ao grupo dos privilegiados...

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  6. Agradeço, mas gostava que te identificasses...

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