"Todos os meus versos são um apaixonado desejo de ver claro mesmo nos labirintos da noite."
Eugénio de Andrade

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

A paixão de Gebo Garrinchas

Gebo Garrinchas andava no gamanço.
A escangalhada garagem, poiso de Garrinchas, rebentava de garrafas de Whisky. Garrinchas surripiava-as à gatesga, para gáudio pessoal. Emborcava gamelas daquele néctar, gorgolejando ruidosamente.
Intervaladamente, gargalhava, descobrindo gengivites roxas. Entumecidas.
Gotejavam os dias. Garrinchas, subitamente, mudou. Gerberas, goivos e gardénias atravancavam a garagem.
Tremiam-lhe as gâmbias, o coração galopava-lhe no peito. Garrinchas amava!
Sonhador, gizava planos futuros.
Guarnecido de gerberas, goivos e gardénias brancos, sorria Gwyneth Poltrow  em  glamoroso calendário da Goodyear.


quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Amor impossível

Com gestos graciosos, Guilhermina pôs o gira-discos a tocar.
Gustavo aproximou-se, gingão.
Gostava de gostar assim, de Guilhermina, quando nela galopavam melódicas emoções. Gulosamente. Conhecia-lhe o génio. Mas não guardava ressentimentos.
Das garras de Gustavo, no rosto, Guilhermina ostentava um gilvaz profundo. Ah! Guerras antigas! Outrora, Gustavo atacava Guilhermina sem hesitações. Gabirus rondando, enervavam-no.
Gustavo deixara-se da gandaíce. Por amor. Guilhermina!
Saltou. Galante, espichou-se gentilmente no colo grandioso de Guilhermina, com genuína delicadeza.
— Sape, gato!
— Miaaaaaaau!... Miaaaaaau!...