Espessa é a noite
Que pelos vidros das janelas
Pelas frinchas das portas
Se vai esparramando
E aqui se instala
Onde das trevas a dor mais
pesa.
Remeto-me dentro de mim ao
esquecimento
Apagado de tudo o que pulsa
lá fora
Intento calar os ecos que
navegam no escuro
E me assaltam insidiosos as
pernas
Subindo pelo estômago,
Se estendem aos braços, às
mãos
E no coração e na cabeça
ribombam.
Pressinto-os debaixo da pele
Lutando como mecanismo vivo
Levo a ponta dos dedos ao
rosto
E é como se por debaixo dela
Eles lutassem entre si
Tais os altos e baixos em
movimento
Que nela se formam.
São a prova de que deles me
fizeram refém.
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