Esperas-me à entrada da nossa casa
A casa que ambos construímos com
alma
A alma da nossa casa habitada em
nós
Os nós com que prendemos os sonhos
Que esvoaçavam iluminados pela lua
A mesma lua que desenha as tuas
coxas altas
Na camisa de noite transparente
Transparentes os teus olhos
Enquanto no coração se atropelam
Espessos e profundos presságios
Fitas a noite incendiada de desejos
Desejos flamejantes em tropel
Na noite solitária.
Ainda virás à porta da nossa casa
Sete noites a fio
Uma noite a seguir a outra noite
Sondando a escuridão
Os teus pés descalços caminham
Sobre um tapete de vidros
Mas tu nem notaste
Fizeste a mala e partiste nessa
noite
A nossa casa ruiu atrás de ti
Nem olhaste para trás.
Sem comentários:
Enviar um comentário