Calou-se
a voz
A
voz que do seio da terra
Irrompia
Em
golfadas transbordantes
De silêncios
Calou-se
a voz
A
voz ora branda, ora brava,
Inquietante
e lúcida
Nas
noites brancas
Nas
madrugadas insones
e
translúcidas
Calou-se
a voz
A
voz que ressoava pelas brenhas
Escusas
e obscuras
Onde
só o eco a agarimava
No
seu seio oblíquo e denso.
Calou-se
a voz
A
voz que mantinha
Meus
saltos suspensos
Sobre
os medos
Calou-se
a voz
A
voz de mãos doces
Que
me sustinha
Nos sobressaltos da morte.
Sem comentários:
Enviar um comentário